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Foto do escritorThuany Stephany

A memória afetiva dos objetos da nossa casa

Fazer a decoração da casa com os objetos que nos trazem boas memórias sobre a história da nossa vida.


Criança sorrindo perto da janela de casa
Caroline Hernandez | Unsplash

Em algum momento você já pensou como cada detalhe na sua casa pode mostrar que você e sua família está vivendo nela? E que esses detalhes diferenciam vocês de qualquer outra família?


Cada objeto, móvel ou decoração de uma casa conta uma história e representa momentos da vida de alguém.


Quando vou iniciar um projeto preciso entender quem o cliente é e para isso faço perguntas do tipo: “como era a sua infância?”, “qual foi o momento mais feliz da sua vida e onde você estava?”, “quais as melhores lembranças da viagem que você mais gostou de ter feito?”. As respostas para essas perguntas me ajudam a entender o que o cliente valoriza na sua vida e como posso resgatar essas memórias afetivas do seu passado para criar o projeto.


Nosso passado nos traz uma sensação de segurança, pois é familiar, sabemos o que já vivemos. No entanto, quando pensamos no futuro podemos nos sentir assustados por não saber o que vem pela frente. Como nossa casa é um local de abrigo em que nos sentimos protegidos, podemos aliviar essa sensação de medo do futuro através de elementos que resgatem os momentos bons da nossa história e sejam capazes de nos trazer a segurança emocional para o futuro.


Um exemplo de como podemos fazer isso: pense nos ímãs de geladeira ou qualquer outro souvenir daqueles que compramos nas viagens que fazemos. Pense em quantas histórias que ele vai carregar quando escolhemos levá-lo para casa.


Esse objeto será uma lembrança de uma viagem cheia de emoções, de momentos únicos que foram vividos por você, até mesmo do momento que você estava escolhendo qual o mais bonito para comprar. São tantas opções de escolhas, mas você decide, conscientemente ou não, por aquele que representa a sua viagem.


Outro exemplo, agora da minha vida pessoal, é de um artesanato que produzi na infância. Como atividade escolar tive que fazer um ímã de geladeira para presentear a minha mãe no dia das mães, era um presente simples: colar uma foto minha em uma caixa de fósforo e enfeitar essa caixa com pedrinhas de miçangas. Na época minha mãe ficou tão feliz com aquele presente que pediu que eu fizesse outro ímã, mas com a foto da minha irmã. Essas duas pequenas peças permanecem na geladeira da minha mãe há mais de 15 anos.


Com o tempo fizemos várias mudanças de casa e a cada mudança pensamos em jogar fora esses ímãs, afinal, já estão velhos e desbotados, mas ainda não conseguimos e talvez nem iremos, pois, essas duas caixinhas trouxeram um significado. Para minha mãe significa ter ganhado um presente e para mim, é ter feito algo com minhas próprias mãos e poder presentear minha mãe. Lembro muito pouco desse momento, mas tenho uma imagem que nunca esqueço: eu colando uma pedrinha por vez com muito cuidado, como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo.


Dois ímãs de geladeira em formato de caixa de fósforo com a foto da arquiteta Thuany Stephany e sua irmã quando eram crianças
Eu e minha irmã, Thayany, quando éramos crianças | Acervo pessoal

Por fim, percebo que certas coisas precisam ser mantidas na nossa vida para podermos nos sentir acolhidos pelas nossas memórias de bons momentos. É certo que não precisamos fazer da nossa casa um museu, não é necessário, mas na decoração, um objeto aqui, um móvel ali ou um tecido com uma textura específica, pode ser essencial para nos fazer bem ao lembrar de nossa história.


Resgatar bons momentos da nossa história pode trazer outro significado para como vamos conduzir nossas vidas.

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Invitado
29 ago 2023
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A partir de agora, olharei para esses detalhes com outros olhos 🙂

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Arquiteta Thuany Stephany.png

Neste blog eu compartilho com você as minhas experiências com a arquitetura de forma profissional e pessoal, momentos que já vivi e que vi outras pessoas viverem em suas casas, sentimentos e reflexões sobre alguns aspectos da vida.

Thuany Stephany

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