Aos poucos vou compreendendo que ao cuidar da minha casa também cuido de mim.
Há alguns anos estou convivendo com a ansiedade em níveis maiores do que seriam considerados normais para mim. Tem vezes que consigo lidar bem e outras vezes acaba sendo muito difícil. Os problemas são sufocantes e a sensação é de que tudo vai desmoronar.
Eu sempre fui uma pessoa organizada e sempre gostei de tudo no seu devido lugar. Não chega a ser uma mania ou transtorno por limpeza e organização, mas sou bem crítica em relação a isso, não gosto de nada desorganizado. Só que quando a ansiedade vem sem nenhum aviso, uma sensação de vazio e vontade de fugir de tudo tomam conta de mim. É nesse momento que a desordem começa.
Em um dia normal, um copo na mesa, a louça suja na pia ou a cama desarrumada não costuma ser um problema se ficar assim por pouco tempo. Mas, no dia da crise é como se isso fosse um completo caos, como se a desordem mental que estou passando tenha se transferido para o plano físico, fazendo com que algo pequeno pareça ser muito maior. E quando isso acontece é desanimador e vou me culpando por não estar bem, por não conseguir ser perfeita, por não conseguir ser melhor.
Qualquer coisa pode me deixar mais ansiosa por isso um ambiente organizado sempre me ajuda a ter uma mente mais organizada.
Quando o período mais crítico da ansiedade vai passando e eu vou me acalmando, começo a refletir sobre tudo o que aconteceu e o que me tirou do eixo.
E ao entender o que aconteceu, além de procurar resolver para que não me afete mais, também entendi o quanto é importante ter coisas na minha casa que me transmitam paz e serenidade. Elas precisam estar presente quando eu não estiver bem porque preciso me sentir acolhida, preciso que o ambiente que vivo me ajude a voltar aos eixos quando meu ambiente interno não está bem.
Por isso acredito cada vez mais na importância de ter um lar aconchegante, que eu goste de estar, que me faça bem e me deixe feliz, pois assim, os dias difíceis acabam sendo mais fáceis de enfrentar.
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